Um Pouco de Minha História
*** Joahermen ***

Nasci em Nova Friburgo
em 16 de Junho de 1948, numa fria quarta-feira em pleno inverno.
Desde novo compus letras de forma intuitiva. Mesmo algumas desconexas, fui anotando num caderno e as melodias de diversas guardava, mais ou menos, na memória.
Havia um vizinho, na ocasião com mais ou menos quatorze anos como eu, que tocava cavaquinho com perfeição e até acompanhava, com violão, outros rapazes que saiam para fazer serestas. A época também era dos sambas, sambas-canções, boleros, mambos, fox-blue, fox, de conjuntos e grandes orquestras. A música instrumental era muito divulgada nas rádios. Eu sempre fui eclético, poucos gêneros não são de meu agrado.

Certo dia, por acreditar muito na capacidade musical desse meu amigo, pedi-lhe para opinar sobre uma música que eu havia recém composto e ele me desmoronou dizendo :

' Isto não é música, pois nao tem letra nem melodia que preste. '

Eu era extremamente tímido, só tomei coragem para pedir opinião por acreditar no talento musical dele esperando que fosse me fazer uma critica construtiva afim de eu aprimorar minha música, jamais imaginei que fosse atuar de forma tão desencorajadora. Bem o certo é que por causa desta opinião eu me senti desqualificado como compositor.

Por essa ocasião mudei-me de Nova Friburgo
para Angra dos Reis, morar com meu pai,

o que interrompeu minhas recentes aulas de música, só estava estudando há apenas dois meses, numa de nossas queridas bandas musicais, a
Campesina Friburguense
Apesar de não ter mais coragem de mostrar minhas canções a mais ninguém, tal foi o trauma em que eu fiquei, continuei compondo, inspiração é inspiração ninguém consegue segurar, e eu fui enchendo outro caderno com minhas novas letras.
Após três anos em Angra voltei para Friburgo. Dois anos depois fui morar no Rio de Janeiro, em Mangueira, fui assaltado varias vezes lá, ( esta é outra história... ) mesmo sem freqüentar a escola de samba, da qual eu era fã, e nem ter ido ao Maracanã, por mais absurdo que isto possa parecer.
A desilusão incutida em mim pelo meu amigo foi tão devastadora que, mesmo eu morando na meca da música, não me atrevi a participar dos programas de calouros muito em voga na época.
Minha timidez era um exagero mas, depois de servir ao exercito em 1968 no sombrio ano do AI-5, graças ao adestramento militar, e apesar de toda negritude reinante, para mim em particular foi um dos melhores anos de minha vida, minha personalidade se fortaleceu.
Retornei a Friburgo por volta de 1970. Reativei as velhas amizades, entre as quais aquele meu amigo de infância que me desnorteou quanto ao meu dom musical, e outras mais fiz.
Agora ele era um senhor professor de violão e fazia parte de um conjunto muito requisitado naquele tempo.
Havíamos um amigo comum, que era o tecladista do conjunto e exercia a profissão de barbeiro, noutros dias, afim de reforçar seu orçamento.
Certo dia, ao freqüentar a barbearia deste nosso amigo, eu com ânimo renovado, resolvi mostrar-lhe cinco de minhas mais recentes músicas. Cantarolei-as atravessando o rítimo de forma perversa, eu não tinha o mínimo senso de compasso. Em todo caso o meu amigo barbeiro das cinco músicas gostou de uma, e esta preferencia por só uma ao envez de me bajular com todas é que foi a minha força, pois isto demonstrava que realmente ele gostou da que escolheu e não apenas para me agradar.
Na primeira oportunidade que tive tomei coragem e contei o fato ao meu amigo professor de violão e ele não perdeu a pose :

' Ah, o tecladista é 'vazilina', ele só falou que gostou de suas músicas para não deixa-lo constrangido, eu conheço músicas e pra mim você não tem capacidade de compor nada, eu sou seu amigo e não quero que você fique perdendo seu tempo nessa ilusão.'

Aí, indignado por ele insistir em sua absurda opinião sem nem sequer ter procurado conhecer meu repertório e eu já conseguindo vencer minha timidez, colocando minha voz para fora, lhe respondi como ninguém tinha coragem de lhe dizer :

' Bem meu amigo, não é possível que entre mais de cem músicas que eu haja composto não tenha pelo menos uma que seja boa. '

Desta vez quem ficou ' balançado ' foi ele, tanto que passou a fazer os arranjos de minhas melodias e elogiando, de forma gratuita, uma ou outra que estivesse dentro de suas exigências musicais.

Alguns anos após mantivemos um programa na Rádio Sociedade de Friburgo, de cujo dono ele era amigo e de quem conseguiu o horário sem necessidade de patrocínio, no qual procurávamos divulgar os valores de nossa cidade e das circunvizinhas, como hoje, negligenciados pelas ' grandes ' emissoras. Tínhamos bastante audiência e o nome de nosso programa, batizado por ele, era 'Valores da Terra'. Várias de minhas músicas, apresentadas em nosso programa, tiveram muito boa repercussão junto nossos ouvintes o que me deixou, como não poderia deixar de ser, muito gratificado.
Ele era professor de violão no Sesc de Nova Friburgo e, nas comemorações pelo aniversário da cidade no decorrer do mês de Maio, no ano de 1981, ele organizou um festival de músicas para os artistas da região que quizessem se inscrever. Esta foi uma das poucas oportunidades de que participei com algumas de minhas músicas. O festival, por ser democrático, foi um grande sucesso, pena que, por razões diversas, alheias as nossas vontades, não tenha continuado.
Nossa personalidade era parecida, éramos honestos, pontuais, exigentes em nossos compromissos, não tínhamos vícios de fumo nem de bebida, só que eu era um pouco mais flexível em minhas opiniões do que ele. Como disse anteriormente regulávamos a mesma idade, eu era uns dois meses mais velho que ele. Houve um fato interessante, eu achava que iria ' desta para a outra ' antes dele, desta forma imaginando cheguei a deixar as gravações de minhas canções aos seus cuidados. Ele tinha um ótimo acervo de discos e fitas, não só de artistas consagrados da MPB como, principalmente e mais importante para nós, de todos os artistas que participavam de nossos programas na Rádio Friburgo. Infelizmente, num dia dos últimos meses de 1986, ele foi estupidamente assassinado, num crime que até hoje não se sabe os motivos e muito menos o/s criminoso/s. Nesse mesmo ano minha primeira mulher separou-se de mim, foram dois duros golpes em pouco espaço de tempo. A separação, após algum tempo de desnorteio, acabou me sendo feliz pois deu-me oportunidade de conhecer mulheres bem mais interessantes alem de total liberdade que hoje tenho. Cerca de dois anos depois se vai também o outro meu amigo tecladista. Realmente grandes perdas para a música de minha cidade alem de para mim em particular.
Haviam poucos anos antes eu, que sempre gostei de eletrônica, montei um micro teclado, acredite ou não, com tubinhos de anestesia para dentes que o dentista deu as minhas crianças com o intuito de distrai-los afim de melhor aceitarem o ' terror ' causado por aquela sádica broquinha. O tecladinho tinha apenas uma oitava, só com as notas naturais, mas foi o suficiente para eu compor o Tema da Primavera.
Apesar de não tocar nenhum instrumento nem ser intérprete cheguei a tentar montar alguns conjuntos, mas não passaram de vãs tentativas, somente serviram para confirmar o que meu amigo professor de violão costumava me falar quando eu me mostrava entusiasmado com as pessoas do meio :

' É meu amigo, não se iluda não, a maioria dos músicos tem muita conversa e pouco senso de compromisso, poucos são os que cumprem o que prometem e que chegam nos horários de ensaio, menos ainda os que realmente persistem no ideal.
Vida de artista não é para qualquer um não. '

É, infelizmente, parece que ele tinha razão, muitos desistem com facilidade.

Prosseguindo com minhas montagens, justamente por não conseguir formar nenhum grupo e percebendo que o meu destino é caminhar solitário, construi um sequencer, alias pelo que me consta ainda não existiam os de grandes fabricantes como a Roland por exemplo, o certo é que de montagem em montagem cheguei a fazer um usando o computadorzinho MC 1000 da CCE com um software sequenciador, bolado por mim, o qual me permitiu programar e tocar minhas músicas automaticamente agora de modo mais versátil,
nesse ínterim o fatídico ano de 1986 já era passado.

Minha ' grana ' sempre foi curta e só fui conseguir meu primeiro PC em 1994, comprando as peças aos poucos para finalmente conseguir montar o mínimo para começar a ' fuçar '. Sou autodidata, e praticamente tudo que eu bisbilhoto e faço, e mesmo que não pareça a primeira vista, gira em torno de e para minhas músicas. Com o objetivo de fazer um disco mutimídia com minhas canções, e sendo os softwares de apresentação relativamente caros, 'cai de dentes' no Visual Basic 3.0, cedido por um amigo, até que, depois de inúmeras 'novelas', alcancei meu objetivo cerca de quatro anos depois de ferrenhas lutas, um programa, que intitulei Joahermen Mydias, anexando imagens, textos de humor e de contos também de minha autoria alem de muitas músicas minhas interpretadas em Wave e instrumental em Midi, tanto com solo como para karaoke, e também alguns filme-clips em Avi. Foi um trabalhão, mas valeu a pena, falta porem o principal objetivo ser concretizado que é o de partilhar minha obra com o grande publico, que é o verdadeiro objetivo de todo artista.
Apesar de hoje em dia nem mesmo as emissoras locais darem chances aos artistas da região como poderiam e deveriam, agora, com o feliz advento da Internet, mesmo eu que não sou intérprete, temos maiores chances de divulgar nossa obra, tanto que já estou tendo contatos de cantoras e cantores interessados numa ou outra de minhas músicas e, creio que brevemente, terei o prazer de escutar e divulgar algumas de minhas canções com algum/a destes que têm me procurado. Enquanto isto não ocorre, eu mesmo ouso interpretar e já estou começando a dispor para os/as Internautas algumas delas, não só em arquivos Midi e em MP3 como em arquivos exclusivos para KaraoKe em ST3 e até mesmo algumas músicas minhas em VideoClipes.
A seguir, ao clicar na imagem, Você poderá adquirir, gratuitamente, o programa player de mídias

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